15 de ago. de 2015

A Caixa de Conversão no Brasil

Cédula de 10 mil reis da Caixa de conversão

Brasil, 10 mil réis, 1907
Estampa: Afonso Augusto Pereira Pena (Presidente República 1906-1909)



Estampa: Prédio da Caixa de Conversão
Cédula da Coleção do Museu de Valores do Banco Central do Brasil


Desde o final do século XIX o mercado do café estava em crise. Uma razão par ao problema foi a superprodução  que causou uma queda no preço do produto.
O prejuízo foi compensado pela desvalorização da moeda brasileira, pois como o café era vendido para o exterior  o pagamento era feito em moeda estrangeira que valia cada vez  mais que o numerario nacional.
Se os exportadores recebiam menos dinheiro dos compradores internacionais  ao converter o montante em moeda nacional o prejuízo era menor.
Porem durante o governo de Campos Salles (1898-1902) implantaram uma revalorização do mil-reis que causaria uma menor desvalorização frente a moeda estrangeira , causando prejuízo aos cafeicultores.
No inicio de 1906 a situação ficou alarmante levando os cafeicultores a realizar o chamado Convenio de Taubaté que visava acabar com o problema. Uma das medidas principais foi pressionar o governo para obtenção de um empréstimo de 15 milhões de libras para a compra do cafe excedente e outra a criação de um fundo assim os mil reis não seria revalorizado esse fundo era a Caixa de Conversão.


Criação e função da Caixa de Conversão

Criada no inicio do governo de Afonso Pena (1906-1909) pela Lei nº.1.575, de 6 de dezembro de 1906 depois regulada pelo decreto nº. 6.266, do dia 13. Mantinha o equilíbrio cambial entre a moeda brasileira e as de outras nações estabelecendo o cambio de 15 dinheiros (tradução usada na época no Brasil para o termo Pence) ou 15 Pence para cada 1000 reis. Funcionava do seguinte modo a pessoa que recebesse moeda em ouro estrangeira poderia troca-la por papel moeda conversível em ouro (cédulas emitidas pelo governo sustentados por lastro formada por moedas de ouro nacionais ou estrangeiras que constituíam deposito para troca) ao cambio de 15 dinheiros (6,25% de libra) por 1000 reis. Essa moeda circulou junto com o Tesouro Nacional mas apresentava a particularidade de troca por moedas de ouro brasileiras ou de outros países se caso o portador quisesse razão pela qual tal tipo de cédula ficou conhecido como papel-ouro.
Alguns anos depois o cambio foi alterado para 16 dinheiros por 1000 reis.

Cédulas da Caixa

Inicialmente as cédulas foram aproveitadas do Tesouro Nacional nos valores de 10,20,100 e 500 mil reis elas foram encomendadas à empresa Waterlow E Sons de Londres cédulas de 10$000, 20$000, 50$000, 100$000 e 200$000 reis que começaram a circular em 1907. Todas as cédulas exceto a do Tesouro tem no anverso a efigie do presidente Afonso Pena. Houve depois uma nova emissão de papel-moeda nos valores de 10 e 50 mil reis que traziam no anverso o numero da lei que alterou a taxa cambial mas não traziam a efigie Pena.
A Caixa logrou exito ate 1914 quando havia lastro em ouro depois em 1920 foi incorporado a Caixa de Amortização  sendo que as cédulas perderam o poder liberatório em janeiro de 1931. 

Texto retirado do  Boletim AFBN nº 58 Ano 13 JAN/MAR
pág 11 e 12 e do blogger 
AFN BOLETIM VIRTUAL: http://afnb-bsb-colecionismo.blogspot.com.br/2011/02/brasil-caixa-de-conversao-1906-1920.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário