Quando era jovem, aí pelos 18 ou 19 anos, comecei a colecionar selos. Este hobby demorou alguns anos. No entanto, eu o abandonei. O motivo? Simples. Países da antiga “cortina de ferro” (Rússia comunista e países dominados por ela), nas décadas de 70 e 80 do Século XX, começaram a emitir selos de forma absurda.
Por que motivo? Bom, eu só consigo ver dois motivos:
1) O país quer aparecer ao mundo.
2) Precisa gerar divisas.
Gerar divisas? Sim! Países com moedas fracas precisam gerar
moedas fortes para comprar produtos de outros países. Não precisamos ir longe.
O Brasil mesmo não consegue comprar petróleo, máquinas e outros produtos dos
outros países em Reais. Ele precisa de dólares. Selos e outros itens
colecionáveis são vendidos ao mundo todo e são, digamos assim, “exportados”
gerando moeda forte.
Assim sendo, os países na época por um dos motivos acima
começaram a emitir selos aos milhares. Hoje em dia países muito pequenos, tipo
Ilha de Man, ou países comunistas, tipo Coréia do Norte, Cuba, são os que
emitem muita moeda.
Mas o que aconteceu com os selos? Ficou praticamente “impossível” alguém “fechar”
uma coleção de algum daqueles países. Tanto isto é verdade que hoje, pelo que
sei, a maioria das coleções de selos é por “temas” e não mais tentando ter
TODOS os selos de um país.
Mas o que tem isto a haver com moedas? Tem tudo a haver. Mas
qual o perigo para o meu investimento em moedas? Bom! Este eu tenho que
explicar melhor. Mas voltemos ao que aconteceu comigo. O que aconteceu? Bom!
Diante da impossibilidade de “fechar” um país eu simplesmente parei de
colecionar.
Mas e daí? E as moedas o que tem com isto? Tem tudo a haver.
Imagine você que você começou a comprar moedas da Ilha de Man. Se não me falha
a memória em 1971 a Ilha de Man estava no Km# 17 (Número do Catálogo Krause
que dá um número a cada moeda emitida por cada país). Hoje ela deve estar perto
do Km# 2000. Ou seja, em 44 anos ela emitiu perto de 2000 moedas o que dá uma
média de mais de 50 moedas por ano.
Mas 2000 divididos por 44 não da uma média de 50 moedas por
ano, não é, “sabichão”? Risos. Seria um cálculo errado se cada Km# fosse único.
O problema é que além do Km# tem as variantes. Tipo a mesma moeda emitida em três
metais diferentes permanece com o mesmo número, mas recebe letras ou números
complementares.
Isto a Ilha de Man faz, Portugal já fez, Canadá faz, etc.
Mas o que isto tem a haver com o meu investimento? As moedas da Ilha de Man
destinam-se unicamente ao colecionismo, pois não circulam. Mas daí vem à
pergunta?
- No começo todos se empolgam e tentam “fechar” a coleção,
mas quando eles virem que é “impo$$ível” fechar a coleção o que vai acontecer?
Moedas emitidas em pequenas quantidades e em metais nobres
podem custar muito caro. Mesmo as emitidas em metais comuns normalmente custam
caro também. Mas e daí? Bom! Daqui a 20 anos pode não ter mais colecionadores
da Ilha de Man ou apenas colecionadores por temas, tipo, gatos (eu tenho toda a
série em Cobre/Níquel, risos), navios, figuras históricas, etc.
Mas e daí, caralho, aonde vou perder dinheiro? Risos. Veja
bem, a moeda mais barata que você pode comprar é a moeda deste ano, pois ninguém
sabe ainda o seu valor no futuro, No entanto, os preços das moedas são regidos
pela lei da “oferta e procura”. Se ninguém procura, para quem vender? Se vender
vai ser a que preço? Portanto, CUIDADO! Você pode pagar uma moeda hoje e daqui
a vinte anos ela valer menos ou a mesma coisa o que, nos dois casos, seria uma
perda.
Assim sendo, quero mostrar que esta cunhagem excessiva pode
ser um “desserviço” a numismática ao contrário do que muitos podem pensar. No
entanto, acho que este tema tem mais assuntos relativos a ele:
- O que é uma coleção numismática?
- Moedas de “joalheria” são moedas ou “joias”?
- Devemos considerar o excesso de cunhagem apenas como “Cunhagem
Exótica”?
Prometo voltar ao assunto.
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