20 de ago. de 2015

Países que emitem moedas demais. Parte I – Perigo para o seu investimento em numismática.


Quando era jovem, aí pelos 18 ou 19 anos, comecei a colecionar selos. Este hobby demorou alguns anos. No entanto, eu o abandonei. O motivo? Simples. Países da antiga “cortina de ferro” (Rússia comunista e países dominados por ela), nas décadas de 70 e 80 do Século XX, começaram a emitir selos de forma absurda. 

Por que motivo? Bom, eu só consigo ver dois motivos:

1) O país quer aparecer ao mundo.
2) Precisa gerar divisas.

Gerar divisas? Sim! Países com moedas fracas precisam gerar moedas fortes para comprar produtos de outros países. Não precisamos ir longe. O Brasil mesmo não consegue comprar petróleo, máquinas e outros produtos dos outros países em Reais. Ele precisa de dólares. Selos e outros itens colecionáveis são vendidos ao mundo todo e são, digamos assim, “exportados” gerando moeda forte. 

Assim sendo, os países na época por um dos motivos acima começaram a emitir selos aos milhares. Hoje em dia países muito pequenos, tipo Ilha de Man, ou países comunistas, tipo Coréia do Norte, Cuba, são os que emitem muita moeda.

Mas o que aconteceu com os selos? Ficou praticamente “impossível” alguém “fechar” uma coleção de algum daqueles países. Tanto isto é verdade que hoje, pelo que sei, a maioria das coleções de selos é por “temas” e não mais tentando ter TODOS os selos de um país. 

Mas o que tem isto a haver com moedas? Tem tudo a haver. Mas qual o perigo para o meu investimento em moedas? Bom! Este eu tenho que explicar melhor. Mas voltemos ao que aconteceu comigo. O que aconteceu? Bom! Diante da impossibilidade de “fechar” um país eu simplesmente parei de colecionar.

Mas e daí? E as moedas o que tem com isto? Tem tudo a haver. Imagine você que você começou a comprar moedas da Ilha de Man. Se não me falha a memória em 1971 a Ilha de Man estava no Km# 17 (Número do Catálogo Krause que dá um número a cada moeda emitida por cada país). Hoje ela deve estar perto do Km# 2000. Ou seja, em 44 anos ela emitiu perto de 2000 moedas o que dá uma média de mais de 50 moedas por ano.

Mas 2000 divididos por 44 não da uma média de 50 moedas por ano, não é, “sabichão”? Risos. Seria um cálculo errado se cada Km# fosse único. O problema é que além do Km# tem as variantes. Tipo a mesma moeda emitida em três metais diferentes permanece com o mesmo número, mas recebe letras ou números complementares.

Isto a Ilha de Man faz, Portugal já fez, Canadá faz, etc. Mas o que isto tem a haver com o meu investimento? As moedas da Ilha de Man destinam-se unicamente ao colecionismo, pois não circulam. Mas daí vem à pergunta?

- No começo todos se empolgam e tentam “fechar” a coleção, mas quando eles virem que é “impo$$ível” fechar a coleção o que vai acontecer?

Moedas emitidas em pequenas quantidades e em metais nobres podem custar muito caro. Mesmo as emitidas em metais comuns normalmente custam caro também. Mas e daí? Bom! Daqui a 20 anos pode não ter mais colecionadores da Ilha de Man ou apenas colecionadores por temas, tipo, gatos (eu tenho toda a série em Cobre/Níquel, risos), navios, figuras históricas, etc.

Mas e daí, caralho, aonde vou perder dinheiro? Risos. Veja bem, a moeda mais barata que você pode comprar é a moeda deste ano, pois ninguém sabe ainda o seu valor no futuro, No entanto, os preços das moedas são regidos pela lei da “oferta e procura”. Se ninguém procura, para quem vender? Se vender vai ser a que preço? Portanto, CUIDADO! Você pode pagar uma moeda hoje e daqui a vinte anos ela valer menos ou a mesma coisa o que, nos dois casos, seria uma perda. 

Assim sendo, quero mostrar que esta cunhagem excessiva pode ser um “desserviço” a numismática ao contrário do que muitos podem pensar. No entanto, acho que este tema tem mais assuntos relativos a ele:

- O que é uma coleção numismática?
- Moedas de “joalheria” são moedas ou “joias”?
- Devemos considerar o excesso de cunhagem apenas como “Cunhagem Exótica”?

Prometo voltar ao assunto.

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